03 março 2006

Tinha pensado

Houve, ontem, um momento em que reflecti que era bom dar-me novamente asas na escrita.Ando a pensar demais no que pensam os que cá passam porque inevitávelmente ouço as suas opiniões e porque as agradeço muito. No entanto, este meu canto é exactamente isso e vou então voltar a pôr, quando assim o notar necessário a mim, quer sejam os meus poemas quer os meus raciocínios: nem sempre lógicos!

Hoje, no entanto, o cansaço faz-me só lembrar no balde em que vim parar. A minha vida curvou de forma assombrosa nos últimos meses e vejo, através deste meu blog, que me tenho centrado demasiado nisso.
Continuo mais plural que o sitio onde estou; a minha pessoa continua cheia de coisas por ver, músicas por gostar, análises por fazer. Tenho feito muito mais do que a medicina de que tanto falo e que tanto me ocupa.Tenho aprendido muito mais que o catalão, tenho ganho mais do que experiências.

Aprendi que a distância não afecta a quem não tem que afectar, e que o que tem que continuar intocável assim o faz. Vi que tudo está na nossa cabeça e que a ansiedade só chega a estrangular o meu sangue nas veias quando se aproxima este dia de viajar de volta a casa. O cansaço só me atordoa quando o deixo, porque me conheço. Bem como as minhas linhas básicas de pensamento. Quando quero subir e vencer sei que o posso fazer e é o bastante.
Não dei tudo de mim e é isso que me assusta.
Mais me assusta o meu engano e o que respinga nos meus.Tenho vazios por preencher que não sei onde encontrar o conteudo certo para o conseguir!Não sei se são realmente vazios ou cicatrizes... Se forem não haverá solução! E medo.. esse...

Aprendi que o amor só está naqueles a quem sabes entregar e a quem olhas no fundo dos olhos procurando não mais que a tua própria sinceridade; que a segurança de se ser amado é mais nada que essa amizade intrínseca de quem sofre do mesmo mal que tu, ou de quem te quer, ou de quem é diferente...
Que há coisas sem solução que a mereciam encontrar, que há injustiças que foram construidas pelas tuas mãos em nome do que tu defendes como os teus sonhos.Mereceria a pena continuar?

Aprendi porque aqui estou, porque amo o que me rodeia e porque o sigo...

Por mim...
Faço-o por mim...e não mais. o egoismo que sempre me caracterizou e que só mudou a máscara ao longo destes anos. Agora é socialmente aceite...

2 comentários:

Sophie disse...

Que saudades que eu tinha de te ler e de me rever nestas linhas...:)Vazios. Cicatrizes. O que quer que seja está lá. Ainda. Está em ti. E em mim. Qd lhes toco fazem questão de me lembrar que lá continuam. Mostram-se simplesmente, não como dor mas apenas como existência. O "apenas" aqui não importa. Mostrarem_se é suficiente. Perduram insistentemente. Estão. Estarão. Se não deste tudo de ti foi porque a tua cicatriz não te deixou. Está lá e ainda se faz notar e sentir muitas vezes. O teu aparente egoísmo não é mais do que uma manifestação de tudo isso. Como eu te compreendo...O destino parece que nos insiste em traçar caminhos paralelos. Eu reconheço os teus. Tu os meus. Apesar da minha cicatriz estar aparentemente mais discreta que a tua, os vazios continuam. Quero preenchê-los. Quero saber com que o que os posso ocupar. o pior é que estes buraquinhos não se tapam mesmo com "alcatrão" ou "pedrinhas". Na verdade eles não se tapam. Vao-se auto-camuflando sem nós sabermos com o quê. Até que um dia, algo ocupa o que é aparentemente inocupável. Algo com muita força. Algo ou alguém como tu. Algo ou alguém que te faça olhar para a cicatriz e sorrir-lhe. E nesse dia, aí sim... esse será um grande dia ;) Acredita em mim mana e já sabes quem é o teu aliado em toda esta história. Só tens que lhe dar tempo. Ao tempo.

Zana disse...

É mesmo mana, entendes e eu sei o quanto.:o) agradeço-to sempre.é muito bom sentir-nos perto na lonjura de tantos kms, é um aquecer de mãos em abraços não dados:o)***