16 dezembro 2011

Quem me dera

Quem me dera, sentar-me aqui e continuar a culpar-te de tudo. Posso firmemente dizer até, que o faço regularmente para não perder de vista que os erros são de todos... E teus também.

Quem me dera que na realidade fossem as coisas do passado que hoje actuassem por mim. Vagas ideias desse Freud, que deixamos que justifiquem todos aqueles actos de que não queremos, sozinhos, ser responsáveis.

E quem me dera continuar assim. Sem que mais do que uma desculpa fosses, sem que significasses nada, como na verdade é.

Mas é tão mau sentar-me aqui e confrontar-me com a minha só ilusão, desacreditada por todos aqueles a quem a envio e nem sempre respondem como eu quisera.
É talvez difícil de mais crescer para além dos medos, aceitar-me assim como fiquei com tudo o que vivi, mas lembrar-me que cada dia me muda e que devo saber aceitar-me em cada nova condição.

Se os dias fossem para sempre iguais, não teríamos estações, e se os anos não passassem não viveríamos nunca. Quais fotografias encaixilhadas.

Quem me dera, e agora sim, ter coragem suficiente para saber o que quero em cada momento. Decidir tão pronta como astutamente. Mas ante tudo, ter coragem para me aceitar depois, diferente e ainda assim mais eu que antes.

08 dezembro 2011

Então foi quando apareceu o nevoeiro.

A memória tem destas coisas... Às vezes è demasiado caprichosa para deixar passar as coisas e outras... Outras vezes, há abertas que me deixam na paz de não passar inevitavelmente por ti.

Hoje era para ser parte do primeiro caso, mas entretanto, os caprichos dessa que é já parte de uma memória apenas tua, ganhou de novo vida. Não queria se não deixar tudo no nevoeiro em que tinha estado imerso até agora, mas a verdade foi que de novo o meu coração se lembrou.

Era tudo demasiado perfeito como para que outros braços me apertassem e não me fizessem sentir aquele dia. Fez, inclusive, aquele frio que nos envolvia, então, aos dois... E foi por isso que de repente estavas aqui de novo. Nem sei como te deixei regressar... Devia ter-te dado as costas antes que te colasses a mim, com aquele olhar tão como sempre teu, mas também meu e sem parar de ambos...

Seja bem-vindo, e no fundo sabes que já não te posso ver... Mas estou demasiado cansada hoje, não vou lutar contra tudo o que passou por nós. Não quero sequer que vás embora, agora que te sinto tão...Aqui de novo. Só peço que não te demores.

Dedicar-te-ei o melhor que deixaste plantado em mim, e bem sabes que é agora apenas e só o espaço que decidiste não ocupar, mas ainda teu.
Só que me tens que prometer que vais embora amanhã bem cedo. Não quero já ver-te no acordar de um novo dia.

E de todas as formas, para quê semelhante coisa? A que vieste?! Bom... temos o resto da noite para descobrir...

27 novembro 2011

Deixa...

Deixa que a chuva seja o remédio para todas as tuas dores de alma e o Inverno vai ser, para ti, o melhor de cada ano.

05 agosto 2011

Quietness


- Seriously? Do you really believe I am that strong??!

So... just have to say... I´m sorry... I am not...

Would you please hug me now?
Is that what I have to say so you understand I have something bigger pulling me, commanding me and all my acts, is like an obsession inside my brain... I don´t really know how to explain...

That´s why I just need you to simply understand by looking deep in my eyes, or as you say sometimes: just believe.

Now is not that far away... please, stay now. Its almost done...


- Be yourself. Keep going. Even if it´s just an obsession. I don´t mind. I just believe, I love you as you are.
Give me your hand.

See?

What do I have to do so You give me a chance to really be at your side? What can I do more to make you feel me right here? I´ve always been here, is you that not always noticed me.

You´ve been brave.
I admire that, don´t you see?

I can´t ask you nothing.

- I just can´t do it anymore...

- Go to sleep sweety... go deep down inside you. There you´ll find more of you, more strength, even more love. Just believe.
And don´t drop another tear. Just sleep baby, sleep. Find some quietness. Close your eyes. Be brave, as you said, it´s almost done... You can do it...

I´ll always be here for you.


Rolling in the deep- Adele

"The scars of your love remind me of us
They keep me thinking that we almost had it all
The scars of your love, they leave me breathless
I can't help feeling

We could have had it all
(You're gonna wish you never had met me)
Rolling in the deep
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)
You had my heart inside of your hand
(You're gonna wish you never had met me)
And you played it to the beat
(Tears are gonna fall, rolling in the deep)"

16 junho 2011

Anda.

Se quiseres vir,

Anda.

Mas se tua intenção for a de vir
para ser feliz

por favor,

Corre.


13 junho 2011

Parabéns:o)

"Caminho a teu lado mudo
Caminho a teu lado mudo
Sentes-me, vês-me alheado ...
Perguntas: Sim... Não ... Não sei...
Tenho saudades de tudo...
Até, porque está passado,
Do próprio mal que passei.

Sim, hoje é um dia feliz.
Será, não será, por certo
Num princípio não sei que
Há um sentido que me diz
Que isto - o céu longe e nós perto
É só a sombra do que é ...

E lembro-me em meia-amargura
Do passado, do distante, E tudo me é solidão ...
Que fui nessa morte escura?
Quem sou neste morto instante?
Não perguntes ... Tudo é vão."

Fernando Pessoa


Se tudo isto é vão, que será de mim ou de qualquer outro mortal? Que seria se nada disto fosse verdadeiro? Vão para ti em palavras e para mim pesado de mais só ao ouvido....

22 maio 2011

O descontexto...

Descontextualizei-me ao assumir profundamente que era demasiado jovem para poder deixar-me deslizar em sentimentos profundos. Concentrei-me mais noutras coisas...

Na verdade essa era toda a realidade que existia e assim ficou, até que dei por mim adulta mas ainda uma adolescente na forma de sentir... E tu, como todos, conjugaste as coisas como um homenzinho e nem olhaste para trás. Certamente nem tomaste consciencia. Fizeste bem... Era o que esperava de ti.

Ficou entretanto aquela sensação de imaginar o que podia ter sido mas não foi e dói só de pensar que o que podia ser, ficará para sempre congelado nessa pose tão bonita. Mesmo ao estilo de uma fotografia no World Press Photo:o)!

Ilusões... Que seria de mim se não?!:o)!



12 maio 2011

Steven Weinberg

" Com ou sem religião as boas pessoas farão coisas boas e as más coisas ruins, a diferença é que para que uma boa faça uma coisa má é precisa a religião."

Dá que pensar?

10 maio 2011

Conversas transversais para toda a vida:o)!

E vai-se entretida a ler um livrinho no metro, quando de repente entra no ouvido uma conversa também ela aleatória.
Eram dois miudos de seus custosos 15/16 anos... Um deles pacífico mas demasiado coerente como para parecer realmente um adolescente qualquer.

As frases vinham num contexto quase intermitente, porque este a que me refiro tomava seus largos minutos para responder ao primeiro. Falava-se de comprar um ramo de flores de forma a poder conjugar isso com outros gastos (quase de igual importancia, segundo parecia):
- Quanto pode custar um ramo de flores?
(olhar constante, interrogativo e pausa...)

-Depende...
- Pah... um ramo simples, com um par de flores mal postas, baratito...

- De quanto dinheiro falamos??-
- ... hum... Digamos ai, 10 €...
(20 segundos depois...)

- ... Sim, isso dá-te para comprar um ramo. Mas um ramo para demonstrar reconhecimento, não um ramo para a impressionar.

A conversa segue por ai fora entre detalhes mais cómicos... Mas o pausado do moçoilo não deixa de continuar com suas saídas inesperadas...
O mais lançado dos dois falava de uma moça que havia conhecido. Descrevia-se surpreso com a forma escandalosa como ela tinha saido vestida numa noite...

- pah... Surpreendeu-me... pensava que ela era mais...
- Mais quê? Mais BeTA?-
- Não! tipo, mais tipo tu e eu...
(segundos depois...)

- Desculpa... Mas eu vou confortável...
- Isso, isso... Pensei que ela fosse mais assim...Mas no fim de estar com ela era uma convencida!
- hum....
- Presumia de tudo, e da forma como ia realmente o que queria era chamar a atenção!

(minuto e meio de silencio...)
-... Já se intuia... "diz-me do que presumes e dir-te-ei do que necessitas"...

Enfim, que um miudo de menos de 20 anos tenha este tipo de respostas transtornou o meu dia e cá vim eu repor a ordem:o)!


08 maio 2011

Goethe...

Treat a man as he appears to be, and you make him worse. But treat a man as if he were what he potentially could be, and you make him what he should be.

06 abril 2011

"Mas dizei uma só palavra e serei salvo"

É daquelas frases mesmo religiosas, que em nenhum momento repetimos sem a ideia associada ou fundamentada num princípio cristão... Sente-se quase a heresia de não se pronunciar tal frase se a isso não se quer fazer alusão.

Mas num dia como hoje foi aquilo que se me ocorreu.

Há historias que ficam para que depois nos lembremos e não mais do que isso. Não progressam mas ficam guardadas para um qualquer momento posterior. Reservam sempre um certo carinho, quiçá, que muito não aporta mas aquecem o coração.

Depois há as que ficaram eternamente em stand by. E é dessas que me lembro hoje.
Estas congelam qualquer lembrança, repelem qualquer sentimento e mesmo a lição que se lhe poderia arrancar fica enjaulada e pode apenas antever-se. Geram uma certa e costumada indiferença gélida.

A frase vem a respeito do fácil que às vezes poderia ser fazer acontecer as coisas, tirar esse estado, e o difícil que pode ser tomar essa decisão. Parece demais. E suponho que assim seja. Eu mesma o deveria saber dizer...

Mas..." é preciso ser, de vez em quando, infeliz
Para se poder ser natural." .

Terceira menção ao meu Alberto:o) nunca são as suficientes, de todas as maneiras.

E assim mais um dia como hoje e a única vontade era simplesmente não saber que significado isto tem... Mas se assim é haverá que lembrar novamente :

"E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja ..." (Alberto Caeiro)
Have a nice day, anyway.


27 março 2011

Today...:o)

From Bruno Mars- The Lazy Song!



Today I don't feel like doing anything
I just wanna lay in my bed
Don't feel like picking up my phone, so leave a message at the tone
'Cause today I swear I'm not doing anything

I'm gonna kick my feet up then stare at the fan
Turn the TV on, throw my hand in my pants
Nobody's gon' tell me I can't

I'll be lounging on the couch just chilling in my Snuggie
Click to MTV so they can teach me how to dougie
'Cause in my castle I'm the freaking man

Oh yes, I said it, I said it
I said it 'cause I can

Today I don't feel like doing anything
I just wanna lay in my bed
Don't feel like picking up my phone, so leave a message at the tone
'Cause today I swear I'm not doing anything
Nothing at all, nothing at all

Tomorrow I'll wake up, do some P90X
Find a really nice girl, have some really nice sex
And she's gonna scream out
This is great
(Oh my god, this is great)

Yeah, I might mess around
And get my college degree
I bet my old man will be so proud of me
But sorry pops, you'll just have to wait

Oh yes, I said it, I said it
I said it 'cause I can

Today I don't feel like doing anything
I just wanna lay in my bed
Don't feel like picking up my phone, so leave a message at the tone
'Cause today I swear I'm not doing anything

No, I ain't gonna comb my hair
'Cause I ain't going anywhere
No, no, no, no, no, no, no, no, no

I'll just strut in my birthday suit
And let everything hang loose
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah
Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah, yeah

Oh, today I don't feel like doing anything
I just wanna lay in my bed
Don't feel like picking up my phone, so leave a message at the tone
'Cause today I swear I'm not doing anything

Nothing at all
Nothing at all
Nothing at all

26 março 2011

Atitude de ser e estar

Muitos foram os que teatralizaram o famoso "Ser ou não ser, eis a questão...". Tão ou mais profundo do que transporta-lo através do teatro pode simplesmente ser senti-lo na pele e vivê-lo constantemente como a opção variável de vida.

E como sempre as variações nunca aportam o mesmo.
Hoje simplesmente aportaram vontades e quereres profundos de saber saltar por cima das adversidades.

Fazer cara à vida e enfrentá-la tal como o touro: pelos cornos.

No entanto lembrar-me vir aqui contar isto pode ser uma amostra de contradição e por isso não vou prosseguir. Hoje o meu dia decorre noutra janela do computador.

Just taking my chance...



19 março 2011

This night

There are things I have done
There's a place I have gone
There's a beast and I let it run
Now it's running my way

There are things I regret
Cause you can't forgive
You can't forget
There's a gift that you send
You sent it my way

[Chorus:]
So take this night

Wrap it around me like a sheet
I know I'm not forgiven
But I need a place to sleep
So take this night
And lay me down on the street
I know I'm not forgiven
But I hope that I'll be
given some peace

There's a game that I play
There are rules I had to break
There's mistakes that I've made
But I've made them my way

Chorus

Some peace
Some peace

Black Lab: "This night"


16 março 2011

Como se...

Como se ...

Se precisasse de pousar, em algum lugar esta minha cabeça
Soubesse que o teu ombro está não só ai para mim,
mas ainda que ele precisa disso como precisa de estar em ti.

Como se...

Mesmo que nesse pousar de cabeça...
Precisasse contar-te todas as coisas más que fiz,
Todas as maldades que pensei,
As que nem pensei tanto e então deixei acontecer...
O pudesse fazer.

Até de olhos fechados.
Sentiria a tua reacção tão exacta como a que imaginara.

Como se...

Apesar de contar-te tudo,
Até à ultima miséria de mim,
Até à ultima vergonha que me embrulha o carácter,
Até todo o silêncio que carrego,
Soubesse fazê-lo segura de que o entendes,
Que nesses mesmos pontos onde me falho eu
Estás tu.

E no entanto

Nem deixei cair a minha cabeça,
E mesmo se te olhar no fundo dos olhos vejo que a tua alma não conforma nenhum ombro para mim.

Mas nem é o teu ombro que desejo,
Nem o teu conforto,
Nem o coincidirmos tão perfeitamente.
De tudo o que procures em mim será difícil saber...

De tudo, o mais impossível não é nem sequer que existas,
É eu saber contar-te a verdade de mim...



19 fevereiro 2011

Julgado.

Não conto já os dias,
Não conto nem meses nem episódios.
Calo-me e nem sequer penso
Nos dias e meses em que se celebrariam
os aniversários dos tais episódios.

É triste mas não o faço já.
Que o ouças e que sejas consciente de que não o tenho por costume.
Que não o faço! Por não querer!
Por recusar-me e por não te querer a pairar por ai.

Utilizo-te, quiçá, isso sim
Como uma eterna desculpa.
Como justificação
para quando a minha alma se desalma.

És culpado e responsável de tudo!

E uma vez eu refeita por haver-te feito réu,
julgado e declarado culpado,
Depois de feita minha justiça contigo,
Sem que o saibas,
É então que sou consciente
que não foste nunca esquecido.

E que por muito que saiba que não celebro,
que nem conto já os dias, nem meses de episódios,
Sou deles muito mais prisioneira do que tu de minhas sentenças.

Sou consciente que o faço com esforço.
Que por mim
Nem réus, nem culpados,
Nem desculpas, nem justiça...

E que, injustamente,
Foste tu quem me aprisionou.

11 fevereiro 2011

Em segredo

Sem determinação prévia,
há musicas que se disseminam pelo ar, que me contaminam por dentro
e que finalmente me devolvem a ti.

Dei-me conta finalmente que por muito domesticados que estejam todos os monstros sobre nós, deixaste melhores prémios e assim recuso-me a enfrentar.
Sou então contaminada e simultaneamente depuro todo o trabalho que construí.
Restando-me o eco, por fim...Poluído.

São tropeços, eu sei.

Os soluçares que dai advêm já não soam cá para fora,
é a trabalhada habilidade de saber-se desolar e retomar.

Tomei-te por costume desta forma.

Criei-te para mim um tu que só eu sei.
Que não és já tu.

E não te amo mais por seres uma criação da imaginação delirante,
Tão minha que sou eu reflectida,
pelo menos não sinto amar-te mais do que havia já alguma vez feito.

Nem mesmo se esse perfeito que foras real
faria por isso mais sentido,
querer-te diferente do que o já querido.

Este era todo o meu infinito.