28 maio 2006

Não haverá titulo, não há conclusões nem mesmo pensamentos rebuscados de temas que me tocaram ou que me cutucaram lá onde os meus princípios estão. Não haverá imagem, nem letra diferente nem...
eu.Não estou cá. Escrever em não ser-me aqui é simplesmente entregar-me ao meu pensar sem tema- Este dia da mala é sempre o mesmo, sempre o de pensar em voltar ao lá onde não pertenço, ligeiramente aterrador e tendencialmente filosófico. É um dia de um SSShiu contínuo como se me tivesse que encontrar em absoluto silêncio, como se não quisesse que o roçar contínuo de palavras se pudesse sequer sentir.

22 maio 2006

Tentada à transparência

Continuo sem saber se foi bom ou mau.
A questão é estar agora aqui, com uma vida que não pára para me deixar pensar realmente e simplesmente faz fuir um Tempo por cima de mim, e eu sinto-me tentada a ela:
tentada à posição transparente.

Unicamente para que os erros em mim não se sucedam tão frequentes,
unicamente para que erre sem deixar ver,
unicamente para que possa não querer evita-los,
mais porque errar nem sempre me deixa indiferente.
Numa posição transparente nem mesmo os outros errariam comigo, nem eu o notaria se tal quisessem, nem mesmo o ignorar-me seria doloroso, antes seria natural e eu até seria mais contente com esse facto. E nem mesmo para ti eu estaria, como já não estou.

E mais uma vez sinto em mim desejos que não passam das minhas utopias pessoais. Tantas e tantas vezes o querer ver de um limíte do universo em fluorescente, para que sobressaia, para fazer os Homens acreditarem que o universo acaba mas nós jamais alcançaremos esse fim, pelo meio temos o NOSSO fim.
Também eu em mim verei alguma vez o TEU fim. Como vejo todos os dias, bem definida, a linha desse horizonte marítimo, ou será antes isso a encarnação de uma eterna saudade? Não sei e admito que gostaria que mais que saudade fosse a certeza de vir um dia a tirar-te de onde já não estás há muito tempo, apenas pela ausencia te deixo ficar nessa posição de transparência. Esse estar ai ignorando ai estar. Invejo-te nisso e em mais nada.
Se já não sofro o teu não estar, se já não me queixo de solidão porque a não sinto, se já não te quero, se até já mudei, eu, toda eu mudei! Porquê segues silencioso e transparente comigo? Sempre e por todo o lado...
Um dia...

19 maio 2006

Uma serenidade de pré-tempestade


Alguém hoje me disse que me via tranquila:
"Et veig molt tranqüila, oi?"

Eu, tranquila?!
É escandaloso, mas é verdade! Alguém hoje me olhou e me viu calma.
Acho que nunca tinha ouvido tal coisa!

Já ouvi que vou ganhar um prémio nobel, e também gostei muito. É sempre bom ver em alguém essa imagem de nós (foi por isso que já lhe prometi que se isso se realizar lhe concedo um 10% do prémio -possivelmente vou metê-la na equipa de investigação e assim ainda poupo umas lecas;oP.É brinca Guigui, temos os peixes como testemunha!!!!)

Mas principalmente ouço de mim que estou"desconcentrada" ou "precipitada"(papá), que estou "enervada"(Lara), que estou "insuportável"(mãe, ás vezes), faladora(em geral), chata,"mais gorda"(César"-Finalmente tenho uma irmã grande em todos os sentidos"), mais magra(Celina, mas de seguida acrescenta "-é que tavas uma LONTRA!!!"), mais simpática, mais tola, mais gira, Crescida(as tias que nos vêm de ano a ano), animada, "cheia de pilha", tristonha, séria, ameaçadora, trenga... As coisas do costume...
Só que hoje, para que o meu dia soasse a maravilha, alguém me contou que eu estava tranquila.
E eu ali, sem saber como regir a tal coisa, seria um elogio?, seria gozo,... Não era gozo, isso via-se a quilómetros, mas soava, de certo modo a uma pontinha de inveja. Esse alguém queria saber como raios estava eu assim!

E acabei por deitar todas as culpas ao desporto que faço.
A verdade é que hoje volte às águas daquela piscina, onde me regalo em meia hora de natação intensiva e depois no jacusi e na sauna seca... Maravilhas que realmente me ajudam a pôr a musculatura no lugar fisiológico correcto para mais um dia de trabalho pesado!Mas na verdade, verdade esta que lhe não podia contar a quem me inquiria sobre a minha mal-fadada tranquilidade, é que não, não foi o desporto, pelo menos a maior parte. Foi o resolver que chega de matar os meus lindíssimos neurónios com coisas doidas.Estou aqui para dar o meu melhor e é o que vou fazer, PONTO PARÁGRAFO.
Calma e tranquilidade que tudo é deste mundo e tudo se resolve!Tenho que me desassociar dos problemas e associar-me às conquistas que já cá cantam. São elas que me provam que eu sou capaz. Cada dia sou mais e não ao contrário!
Dei outro dia em Histologia que os neurónios são duros de roer, e cada coisa que aprendes te ajuda a criar mais sinapses, ou seja, ajuda a que cada neurónio faça mais interligações com os vizinhos o que nos torna cada vez mais capazes de um acesso rápido e raciocínio eficaz!
E dou-me por convencida!!!!!

Bom, sei que é por demais dificil acreditar em tudo isto, mas vale mesmo a pena ver a floresta e não àrvore, a última época de exames dei por mim mais para lá do que para cá só por causa das inseguranças que alimentamos sem razões e é que não há nada a temer porque a
" Guerra só se perde no fim"

e o meu fim está para longe!
Isto ensinou-me uma vez a minha irmã e creio que vai ficar para todo o sempre que me toca!
Digamos que as minhas mão estão aqui e com elas faço tudo o que me corresponde. O meu trabalho é delas que sai e não é de forma nenhuma em vão! E como eu há mais, todos e cada um de nós!

15 maio 2006

Porque um dia vamos destinguir!

"...Porque no futuro nós seremos capazes de saber distinguir bem os beijos que nos são dados de um amor profundo e aqueles que nos são dirigidos pela malícia!"

Citação de uma aula de Anatomia; Professor Catedrático da Universidade Autónoma de Barcelona;Senhor Prof. Doutor Josep Maria Doménech.


É verdade, chama-se Músculo Orbicular dos Lábios e conforma o que, em anatomia de superfície são os lábios.

Músculo não revestido de epiderme (pelo menos não na mesma quantidade do resto do corpo) e que, segundo um ex-candidado ao nobel, vai evoluir no sentido de conseguir identificar os beijos que advêm de um profundo amor sincero e os que são dados por farsantes que eventualmente vejam vantagem no acto.

Vá, que ninguém leve esta novidade como algo correcto! Além de todos os estatutos de que este senhor da anatomia possui há também em cada palavra um certo tom de loucura de quem não mais vê diante do que corpos interessantemente mortos que pode dissecar para descobrir mais variações específicas (individuais) para avisar a comunidadde anatómica de que fez mais uma descoberta alucinante e desatar a acusar os livros de ainda publicarem mentiras atrozes.É, foi ele o homem da idéia do "botellon anatómico"("- Tudo a beber e a dissecar em plena noite de festa!").

No entanto esta aula mexeu, de certo modo, comigo. É certo, realmente que, ainda que não acreditemos, a nossa espécie ainda está (e continuará) sob os efeitos contínuos de uma Selecção Natural que fará dos nossos filhos os progenitores de gerações cada vez mais potentes. Ainda que ás vezes é difícil de acreditar, há lindas provas na bioquimica de tudo o que acabo de dizer:
as enzimas das nossas células têm as próprias isoenzimas que apareceram por evolução. São formas subtilmente modificadas para desempenhar novos papéis muito mais e eficazes, mais adaptadas!

Se os músculos da cara se desenvolveram de forma a expressar os nossos sentimentos e se, tal como a capacidade de oposição do dedo pulgar, também nos identificamos musculos faciais específicos dos Humanos, porque raio não é aceitável que o desenvolvimento não nos leve a uma capacidade de interpretação fulminante dos sentimentos através de uma nova musculatura mais adequada e pormenorizada...


A Selecção só Deus sabe onde parará... Mas isto dá que pensar.

Seria realmente bom que, por simples evolução a interpretação da subjectividade de cada um fosse mais fácil e acertada?
Estariamos a evoluir no sentido certo?
Estariamos a descobrir o Deus que não existiu por simples deslindamento do ser Humano nestas suas descobertas diarias de si mesmo e do outro lado negro que nunca nos chegamos a conhecer?


Ultrajante.


;o) Ele há coisas....

"E esta hein?!"

11 maio 2006

Biorritmo solar

O sol tomou-me para ele.

Há dias em que despertas, estás activo, de visão e audição aguçadas e tu sentes mais do que qualquer um podia sequer imaginar de ti, que lhe estás ao lado.Tão plácido como sempre mas muito mais, muito mais do que costumas ser.

Há dias sim, há dias.

São tão cheios de novidades porque entendes, finalmente entendes.

Mas são difíceis de suportar por seres tão de mais tu, por não controlar o mais ínfimo de ti.E não tens uma explicação, mas o teu peito passa 24 horas de sofreguidão, de atenção, de pensamentos rápidos, de sonhos e alegrias que se intercalam com tristezas tão profundas como dias negros em apenas segundos.

Dias em que ninguém repara que estás diferente, feliz e infeliz.

Dias do biorritmo do sol:

Começam luzidios, resplandescentes até a um cúmulo de risos... e depois se fazem tardes, quentes, serenas e tumultuosas de gente, de confusão de pés que se dirigem para todos os lados, contra e afavor de ti...

Tardes de dias completos.

Dias que têm noites tristes.

Noites frias de dias felizes.


De Palavras que te libertam e te deixam à deriva, chorosas de solidão e silêncio.

Palavras que sabias, que sempre foram presenças mas que, por nunca pronunciadas, nunca entendidas no seu âmago nem do mais profundo de ti mesmo...


Noites húmidas de um gelo cortante dos que precisas e ignoram: por querer ou sem ele...

Noites que num momento serão o amanhã de que preciso.

-Amanhã, vem antes, por favor...

09 maio 2006

Escorrem em mim Letras



Escorrem em mim letras
Como se secas
Sentidas palavras
Fossem momentos reais.

São sentimentos.


São escorredias frases
Húmidas de

Lágrimas Secas.
Apenas escritas.

Lágrimas jamais pingadas.
Que não mais se esboçam
Do que em pensamentos turvos
Dos que percebem.

Reflexos simétricos
Que se parecem.
Análogos na diferença
Que os aproxima.

06 maio 2006

Propaganda à outra de mim

Fotografia,
outra das minhas paixões, antes era mais ver que tirar, agora pu-las num blog:o).

Para quem quiser visitar:


www.flickr.com/photos/88466147@N00/

De há muito tempo...(I)


Tenho medo
Que olhar-te
Apenas
Seja levar-me
Deveras.

Para longe daqui,
Para perto do céu,
Para longe do mar
Para dentro de ti
Nesse simples olhar!

Tenho medo
Que nesse olhar
Haja tristeza
Memórias
Vis,
Confusas,

Porque se o vejo,
A esse olhar,
Algum triste dia,
Choroso,
Não conterei
Nem eu,
Meu saudoso
Chorar!






Escrito perto de Julho de 2003.


05 maio 2006

Fitas para os meus

De repente, com um aviso interminável de anos em imaginações conjuntas de um futuro que, acreditávamos, tardariam eternidades em chegar, dou por mim com duas fitas na mão para lá pôr o que assim achasse de bom tom.Nada que não tivesse feito já anteriormente: digamos que a fita da minha irmã e um amigo do longe também contam mas estes eram de um especial diferentemente especial.Nestes casos não teria matrices matinais de quem já compartilhou cama e sono de irmãs ou de amigos que se sabem esporádicos (ainda que não menos importantes).

Desta feita tinha que mostrar o quanto me são importantes estes seres, porque os amigos assim se querem, cultivados com carinho e verdadeiras amostras de nós neles.


Resumindo, num espaço curto de tempo colapsei e fiquei, literalmente ( e quem me conhece sabe o quanto isto é estranho) sem qualquer palavra decente para descrever a total e imprescindível importância que lhes dou na minha vida.
Quiz escrever maravilhas e tudo era tão limitado como pobres palavras que se tentam conjugar numa melódica passagem em fitas de tecido verde, ou lilás...
Tudo é tão pouco.

Tudo é demais inoportuno... incompleto....

Então logo eu, a tagarela do momento, a senhora que até escreve num blog, faz versos, e canta bem alto.... De repentemente está calada diante de um mísero papel; e não para falar do fim do mundo ou
da forma como se descobre a função de uma enzima....Não...Era só para contar a alguém que verdadeiramente ama, o quanto ama e o quanto lhes agradece tudo, O quanto tem enraizado desde sempre a vontade que que para eles tudo corra de uma forma absolutamente espectacular.Só sendo eles felizes eu atingiria a minha felicidade...

Pronto, a vergonha atacou-me e deixar a fita em branco não seria melhor que escrever alguma coisa...
Restringi-me ao articul
ar de letras, palavras que se ordenaram em recordações de nós em tempos e nós em futuros... Escrevi.
Algo foi, mas em compensação não fui capaz de deixar de enviar uma carta em que, aí sim (curiosidades da psicologia humana) consegui expressar um mínimo da sorte que sinto em acompanhá-los, como já eles outrora fizeram e assim espero que continuem, no virar de uma fase tão importante.No pouco do tudo que posso eu desejar do mais profundo de mim...












Vá, eu bem sei que exagero nestas coisas... era Só uma fita de fim de curso... mas que posso eu mais fazer?

03 maio 2006

Lágrimas




Hoje escorreram lágrimas

De um chorar feliz,
Na distância que
Me acena com lucidez.


Hoje,
Longe,
Vi o quanto dói
O tanto amar.

Só mais não quero provar
De outro gostar
Nenhum novo ser.
Quero aqui ficar
Sem mais amar
Por não mais sofrer.