19 fevereiro 2011

Julgado.

Não conto já os dias,
Não conto nem meses nem episódios.
Calo-me e nem sequer penso
Nos dias e meses em que se celebrariam
os aniversários dos tais episódios.

É triste mas não o faço já.
Que o ouças e que sejas consciente de que não o tenho por costume.
Que não o faço! Por não querer!
Por recusar-me e por não te querer a pairar por ai.

Utilizo-te, quiçá, isso sim
Como uma eterna desculpa.
Como justificação
para quando a minha alma se desalma.

És culpado e responsável de tudo!

E uma vez eu refeita por haver-te feito réu,
julgado e declarado culpado,
Depois de feita minha justiça contigo,
Sem que o saibas,
É então que sou consciente
que não foste nunca esquecido.

E que por muito que saiba que não celebro,
que nem conto já os dias, nem meses de episódios,
Sou deles muito mais prisioneira do que tu de minhas sentenças.

Sou consciente que o faço com esforço.
Que por mim
Nem réus, nem culpados,
Nem desculpas, nem justiça...

E que, injustamente,
Foste tu quem me aprisionou.

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