16 março 2011

Como se...

Como se ...

Se precisasse de pousar, em algum lugar esta minha cabeça
Soubesse que o teu ombro está não só ai para mim,
mas ainda que ele precisa disso como precisa de estar em ti.

Como se...

Mesmo que nesse pousar de cabeça...
Precisasse contar-te todas as coisas más que fiz,
Todas as maldades que pensei,
As que nem pensei tanto e então deixei acontecer...
O pudesse fazer.

Até de olhos fechados.
Sentiria a tua reacção tão exacta como a que imaginara.

Como se...

Apesar de contar-te tudo,
Até à ultima miséria de mim,
Até à ultima vergonha que me embrulha o carácter,
Até todo o silêncio que carrego,
Soubesse fazê-lo segura de que o entendes,
Que nesses mesmos pontos onde me falho eu
Estás tu.

E no entanto

Nem deixei cair a minha cabeça,
E mesmo se te olhar no fundo dos olhos vejo que a tua alma não conforma nenhum ombro para mim.

Mas nem é o teu ombro que desejo,
Nem o teu conforto,
Nem o coincidirmos tão perfeitamente.
De tudo o que procures em mim será difícil saber...

De tudo, o mais impossível não é nem sequer que existas,
É eu saber contar-te a verdade de mim...



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