16 dezembro 2011

Quem me dera

Quem me dera, sentar-me aqui e continuar a culpar-te de tudo. Posso firmemente dizer até, que o faço regularmente para não perder de vista que os erros são de todos... E teus também.

Quem me dera que na realidade fossem as coisas do passado que hoje actuassem por mim. Vagas ideias desse Freud, que deixamos que justifiquem todos aqueles actos de que não queremos, sozinhos, ser responsáveis.

E quem me dera continuar assim. Sem que mais do que uma desculpa fosses, sem que significasses nada, como na verdade é.

Mas é tão mau sentar-me aqui e confrontar-me com a minha só ilusão, desacreditada por todos aqueles a quem a envio e nem sempre respondem como eu quisera.
É talvez difícil de mais crescer para além dos medos, aceitar-me assim como fiquei com tudo o que vivi, mas lembrar-me que cada dia me muda e que devo saber aceitar-me em cada nova condição.

Se os dias fossem para sempre iguais, não teríamos estações, e se os anos não passassem não viveríamos nunca. Quais fotografias encaixilhadas.

Quem me dera, e agora sim, ter coragem suficiente para saber o que quero em cada momento. Decidir tão pronta como astutamente. Mas ante tudo, ter coragem para me aceitar depois, diferente e ainda assim mais eu que antes.

Sem comentários: